Tempo x Quilometragem: qual a hora certa para a revisão do carro?

Tempo x Quilometragem: qual a hora certa para a revisão do carro?

Diferente do que muita gente pensa, o fato de você rodar pouco (usando o carro só nos finais de semana, por exemplo) não o desobriga de fazer a manutenção preventiva. Aliás, muito pelo contrário! Em muitos casos, os veículos que andam pouco estão até mais sujeitos a riscos que carros que trafegam bastante. Afinal, a revisão do carro abrange todo um conjunto de serviços essenciais para o seu bom funcionamento.

Mas além da quilometragem (seja ela alta ou baixa), o tempo de uso (e de falta de uso) também precisa ser considerado na hora de se fazer a revisão do carro? Confira a resposta para essa e muitas outas perguntas, evitando problemas na hora de pegar a estrada.

 

1. Leia e siga o Manuel do proprietário

Quando alguém adquire um carro novo, recebe um manual com as principais informações relativas ao modelo comprado. Esse livreto pode ser encontrado no próprio carro ou, conforme o caso, no site do fabricante. Lendo esse material, o proprietário pode entender como funciona cada item do veículo, além de observar o plano de manutenção preventiva do automóvel.

Como você deve imaginar, a montadora faz uma série de testes antes de colocar um veículo à venda. Portanto, ela, mais que ninguém, sabe qual é a vida útil de cada componente do carro. E é com base nesse tipo de informação que o fabricante elabora o plano de manutenção do modelo, que considera tanto a quilometragem quanto o tempo de uso.

Nos serviços de revisão do carro, a montadora indica quando haverá somente verificação ou inspeção e quando precisará ser feita a troca de algum item. No primeiro caso, geralmente são feitos ajustes nos componentes, como uma lubrificação ou até a regulagem. Já no segundo, a substituição é necessária.

Vale lembrar que, conforme o plano de cada montadora, algumas trocas podem ocorrer de forma intercalada ou em todas as revisões. A substituição do óleo do motor, por exemplo, tende a acontecer em toda revisão do carro, a cada 10 mil quilômetros. Já a troca do filtro de combustível pode ser feita de maneira intercalada, em uma revisão sim e na outra não, conforme orientação do fabricante.

 

2. Mantenha um histórico da quilometragem

Quando se fala em revisão do carro, a quantidade de quilômetros rodados é o primeiro critério que vem à mente, não é mesmo? Mas a verdade é que a quilometragem ideal para levar o veículo à oficina pode variar bastante de acordo com o fabricante. Geralmente, porém, fica em torno de 10 mil quilômetros.

Nesse tempo, o normal é que sejam feitos serviços de manutenção básicos, como troca de óleo, além de alinhamento e balanceamento de rodas e pneus. Vale lembrar que o manual do proprietário alerta o motorista quanto às chamadas condições severas de uso, como para usar o veículo em estrada de terra. Em um caso assim, a quilometragem para a revisão pode ser menor que se o uso fosse urbano. Então vale ficar de olho!

Como forma de cuidado com seu carro, é importante que você mantenha um histórico dos serviços de manutenção realizados, com base na quilometragem. Afinal, com tantos compromissos no dia a dia, não é nada difícil esquecer quando determinada peça foi trocada, não é verdade? Por isso, ao anotar em algum lugar de rápido acesso o que foi feito no veículo, você tomará decisões mais acertadas nas revisões seguintes

 

3. Tenha cuidado com o tempo de uso

Além da quilometragem, outro critério a ser levado em conta para fazer a revisão do carro é o tempo. Mais uma vez, a recomendação pode variar conforme o fabricante, mas os períodos geralmente oscilam entre 6 meses ou um ano.

Mesmo que a pessoa ande pouco com o veículo, o óleo do motor perde algumas propriedades depois de certo tempo, por exemplo. Por isso, a troca do lubrificante é sim indicada. Caso contrário, o óleo velho pode formar uma borra no motor, espécie de pasta que pode evoluir para uma crosta. Se isso acontece, o funcionamento do carro é prejudicado e, no fim das contas, o preço do conserto será bem superior ao da troca.

Algumas montadoras também consideram o fato de o carro andar pouco como uma condição severa de uso. Isso porque o veículo é projetado para determinada perspectiva de uso, já que alguns itens precisam atingir certo patamar. Os motores de automóveis que rodam pouco, por exemplo, podem não chegar à temperatura ideal de uso. Com isso, o óleo não esquenta o suficiente para percorrer toda a engrenagem, fazendo com que a lubrificação não seja eficiente.

 

4. Faça uma boa revisão antes de viajar

Normalmente, pegar a estrada para uma viagem prolongada é uma condição atípica, certo? Logo, a revisão do carro é essencial para evitar imprevistos. Nesses casos, a manutenção preventiva é fundamental para garantir a segurança tanto do motorista como dos passageiros. Como o veículo é exposto a situações não habituais, alguma peça pode ser submetida a um esforço maior e vir a quebrar na estrada. Já imaginou o problemão?

Por isso, levar o carro à oficina antes de uma viagem garante mais tranquilidade para o percurso, seja ele qual for. Só não se esqueça de fazer isso com a devida antecedência, porque, se for o caso de providenciar consertos, algumas peças de reposição podem demorar a chegar. Assim, se você não se planeja, não terá o veículo pronto na data marcada para a ida.

 

Confira alguns MITOS e VERDADES sobre as revisões automotivas:

1. Limpar os bicos injetores antes dos 30 mil km

MITO – O filtro de combustível consegue segurar 98% das impurezas, mas exceções podem ocorrer quando se abastece o tanque com gasolina adulterada com solvente de borracha ou com etanol misturado com álcool anidro, produtos que podem interferir no funcionamento do motor. O filtro de combustível deve ser trocado a cada 10 mil km.

 

2. Alinhamento e balanceamento a cada 10 mil km

VERDADE – Ruas e estradas esburacadas acabam alterando a geometria da suspensão. Se as correções não forem feitas, além o aumento do consumo de combustível, a vida útil dos pneus diminuirá devido ao desgaste irregular da banda de rodagem (parte que toca o chão). O alinhamento é responsável pelos ajustes de convergência e divergência das rodas, e o balanceamento equilibra a distribuição da massa do pneu e da roda (para evitar trepidações).

 

3. Correções de cambagem

MEIO TERMO – Essa correção da geometria da suspensão, que trata da inclinação da roda em relação ao plano vertical, não é tão comum quanto o alinhamento. Ela é necessária quando o motorista pega um grande buraco, quando força as rodas dianteiras na guia ou ainda quando ocorre uma colisão dianteira.

 

4. Cristalização ou espelhamento da pintura antes dos 20 mil km

MITO – Todo carro sai de fábrica com uma camada de verniz suficiente para proteger e dar brilho à pintura. A cristalização e o espelhamento (aplicação de uma resina protetora) são indicados para pinturas manchadas ou sem brilho. Até os 20 mil km, um enceramento a cada 2 meses é suficiente para proteger o carro e mantê-lo brilhando.

 

5. Colocar aditivo na água do radiador

VERDADE – Uma grande parte dos problemas nos sistemas de arrefecimento se deve à falta de uso de aditivo. Além de oferecer a proteção anticorrosiva das peças metálicas que entram em contato com a água, ele prolonga a vida útil de itens como sensores térmicos, válvulas termostáticas e sensores de temperatura. Importante: não é necessário colocar aditivo sempre que completar a água do radiador em postos de gasolina. Fazer isso nas revisões é suficiente para carros novos.

 

6. Substituição das velas a cada 20 mil km

VERDADE – Apesar de o seu carro não falhar, as velas de ignição devem ser trocadas, pois a faísca (arco voltaico) que elas produzem perdem intensidade e deixam de queimar parte do combustível que entra na câmara de combustão. Assim, elas aumentam o consumo e diminuem a potência do motor. A regra vale para a grande maioria dos carros, mas alguns exigem a troca aos 80 mil km – por isso, é importante consultar o manual do proprietário.

 

7. Aditivo do óleo do motor

MITO – O óleo especificado pelo fabricante já tem todos os aditivos necessários para o bom funcionamento do motor. A limpeza interna com aditivos só é recomendada quando houver algum tipo de contaminação ou quando o motorista se esqueceu de fazer as trocas de óleo no prazo.

 

8. Descontaminação do motor

MITO – Se o motorista substituir o filtro de ar, óleo e combustível dentro dos prazos estabelecidos no manual, esse serviço não será necessário antes dos 30 mil km. Mas quem colocou combustível adulterado ou roda em estradas de terra precisa antecipar a descontaminação.

 

9. Substituir o fluido de freio a cada 20 mil km

VERDADE – Quando não é substituído no período indicado, o fluido de freio pode gerar oxidação (ferrugem) nas peças internas do sistema, como cilindros de roda, cilindro mestre (câmara de pressão que alimenta os freios das quatro rodas) e pinças de freio (peças onde se encaixam as pastilhas).

 

10. Higienização do ar condicionado

VERDADE – Muita gente sofre com a falta de higienização do ar-condicionado e não se lembra de substituir o filtro e higienizar os dutos. As crianças são as principais vítimas de fungos e bactérias que se alojam nesse sistema. A cada 10 mil km, é importante fazer a manutenção.

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